15.8.08

Cinema novo Vs Cinema de Invenção

A crise entre o cinema de invenção e o cinema novo inaugurada no final da década de 60 com o "bandido" e daí em diante (se acharem "arrogante" a afirmação, falem) é a crise do roteiro ideológico no cinema.

o cinema novo, inaugurado pelo ícone da batalha de antônio das mortes e corisco girando girando antes de morrer no sertão - camera na mão de glauber em "deus e o diabo", momento máginco do cinema - sempre teve espasmos de invenção como este. mas, fora os revolucionários do cinema novo, como glauber, o cinema novo tinha auto-determinação de contar a história da revolução do e para o povo pobre, campesino, brasileiro. já os marginais simplesmente não apostaram que contar a revolução "real" era tarefa "revolucionária" da arte. com isso, o cinema experimental abriu um espectro novo ao cinema.

realismo social?

a crise - se é que houve briga entre os diretores - pode ser sintetizada pela fórmula: realismo social vs realismo mágico-fantástico. O coveiro que busca a mulher perfeita - zé do caixão - o samurai gordo em performance ao vivo no centro de são paulo - jô soares em "" são loucuras inconcebíveis ao cinema novo. para eles, seria como que uma "diluição" da revolução: fugir à tarefa. os tipos típicos do cinema novo são o sertanejo pobre, o retirante, a revolução, os coronéis.

em meio à ditadura, à revolução cubana, à guerra fria, às promessas de jango, ào PC, numa palavra, à possibilidade da revolução comunista, o cinema novo optou por uma linguagem didática que "explicasse" a revolução às massas. aprisionaram-se num prisma ideológico-quase-moral. o sumo de invenção está naqueles que revolucionaram a fórmula e conseguiram fazer cinema de invenção perpassando as contradições da vioda social.

o cinema marginal, mais modesto mas mais universal, focava-se na revolução dentro do cinema: experimental, invenção de linguagem. em algum ponto, podiam encontrar-se. "cãncer" de glauber é um desses pontos.

sem fazer "mea"-culpa, lobby, ou essas coisas típicas de cineastas, há, porém, o outro lado da moeda: o cinema novo montou uma geração produtiva de cinema. muitas vezes, "diluidora" de si mesma, mas aglutinadora de público. é a noção que décio pignatari captou, que pode ser sintetizada pela expressão: a vida vale pelos extremos mais caminha pelos meios. ou seja, a maioria das pessoas lê livros e vê filmes de 99% de redundância, mas estes livros cumprem a função de manter a leitura e o consumo de filmes. raciocínio positivista? talvez.

o realismo social funciona?

um militante de partido "revolucionário" é o cara que troca tudo que tem por "avanços" da revolução. os avanços muitas vezes confundem-se com o crescimento de seu próprio partido. os "avanços" podem ser uma greve que dirigiram, um tropeço do partido da "situação" e outras pequenices. essa é a confusão, ora "bem-intensionada" ora oportunista que os dirigentes dos PCs e os diretores dos CNs, fazem: tudo pela massa! essa é a ética-estética desenvolvida por Stalin: um logo da foice-e-martelo de ouro no metro de Petrogrado. (e, vale dizer, praticamente todos os PCs no mundo, incluindo o brasileiro, sempre foram alinhados com as políticas da URSS).

a lasanha que eles comem é a lasanha que querem libertar. a abstração da própria individualidade e, traduduzindo-se, do ímpeto por loucuras, magias, é o aborto do ímpeto revolucionário, o aborto do "vamos esculachar tudo!". a revolução é permanente por princípio, não coisa decidida entre burocratas "sérios" numa sala fechada. nisso erram os dirigentes dos PCs e nisso erram os diretores do CN.

o cinema de invenção faz o que lhe cabe: arte de invenção. rouquidão extremada. rock´n roll. guitarra. hendrix. samurai. vampiro. íncones e não "histórias".

o assunto, de qualquer forma, é eterno: permanente!

1.7.08

CURTA CINEMATECA
01 a 29 de julho de 2008

A Cinemateca Brasileira, desde 2004, mantém um espaço de exibição permanente para o curta-metragem brasileiro, em sessões gratuitas todas as terças-feiras, às 18h00.
Em julho, continua a série O melhor do festivais, exibindo filmes premiados na tradicional Jornada de Cinema da Bahia, que este ano realizará sua 35ª edição. A sessão Curta Cinemateca valoriza o filme curto brasileiro que vem cada vez mais se firmando como expressão cultural, técnica e estética e é considerado fundamental para a formação de quadros e para a experimentação de linguagem. A produção desses filmes vem demonstrando um enorme crescimento, atingindo mais de 200 títulos por ano. Não perca a chance de assistir!

ENTRADA FRANCA
CINEMATECA BRASILEIRA

SALA CINEMATECA PETROBRAS
Largo Senador Raul Cardoso, 207 Vila Mariana
Próximo à estação Vila Mariana do Metrô
Informações (11) 3512 6111 (r. 215)
www.cinemateca.gov.br

Programação / Sinopses / Fichas técnicasTERÇA, 01/07 às 18h00

JORNADA DE CINEMA DA BAHIA PROGRAMA 5

O relógio & a bomba e os outros 500, de Cireneu Kuhn
São Paulo, 2000, documentário, betacam, cor, 22 I Exibição em DVD
Registro dos acontecimentos oficiais e extra-oficiais em Porto Seguro, por ocasião da celebração dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil.
Silva, de Beto Spokens
São Paulo, 2000, documentário, mini-dv, cor, 14 I Exibição em DVD
Uma surpreendente história em três atos de um dos integrantes da primeira geração de crianças órfãs e abandonadas criadas pela Febem durante o regime militar.
Rua da Escadinha 162, de Márcio Câmara
Ceará, 2003, documentário, 35mm, cor, 18 I Exibição em DVD
Documentário sobre o acervo com mais de 20 mil discos de cera, vinis, fotos, revistas e enciclopédias do pesquisador e colecionador Christiano Câmara. Através do relato de Christiano, fazemos uma viagem às nossas raízes culturais, sociais e políticas.

TERÇA, 08/07 às 18h00

JORNADA DE CINEMA DA BAHIA PROGRAMA 6
Helena Zero, de Joel Pizzini
Rio de Janeiro, 2006, experimental, betacam, cor, 30 I Exibição em DVD
Ensaio documental sobre o universo criativo da atriz e cineasta Helena Ignez, que, por meio de um ritual de tai chi chuan, evoca e reinventa a memória. Uma artista em seu eterno recomeçar.
Quase Cinema, de Adriano Lírio
Rio de Janeiro, 2001, experimental, mini-dv, cor, 9 I Exibição em DVD
Um diretor tenta a todo custo filmar sua grande obra-prima, porém se depara com inúmeras dificuldades.

Mutante, de Rubens Rewald e Rossana Foglia
São Paulo, 2002, ficção, 35mm, cor, 20
Pedro e Júlia moram juntos. Pedro adora Os Mutantes; Júlia quer ser cantora lírica. Pedro gosta das coisas como estão; Júlia...

TERÇA, 15/07 às 18h00

JORNADA DE CINEMA DA BAHIA PROGRAMA 7

A fiar, de Maria Amélia Palhares
Minas Gerais, 1998, animação, betacam, cor, 9 I Exibição em DVD
Uma releitura, através de diversas técnicas de animação, do clássico curta-metragem de Humberto Mauro baseado na antiga canção popular A velha a fiar.
O lobisomem e o coronel, de Elvis Kléber Figueiredo e Ítalo Cajueiro

Brasília, 2002, animação, 35mm, cor, 10 I Exibição em DVD
Um violeiro cego e sua cadela chegam às portas de uma igreja do interior. Ele dedilha um repente e conta uma história passada na fazenda de um rico coronel da região.
Nave mãe, de Otto Guerra e Fábio Zimbres
Rio Grande do Sul, 2004, animação, 35mm, cor, 12 I Exibição em DVD
Uma espaçonave e sua equipe de bordo perdem o controle da nave e de si mesma.

The Masp movie, de Hamilton Zini Jr.
São Paulo, 1986, animação, 35mm, cor, 9
Um dia, o prédio do Museu de Arte de São Paulo, o MASP, se enfurece com a visita que lhe faz um grupo de turistas, cria vida e com seus quatro pilares de sustentação transformados em pernas, sai de sua base na Av. Paulista para um aterrorizante passeio pela cidade de São Paulo.

Desirella, de Carlos Eduardo Nogueira
São Paulo, 2004, animação, vídeo, cor, 11 I Exibição em DVD
Vivendo num conto de fadas, a velha Desirella obtém um par de sapatos mágicos que atorna jovem, numa desesperada tentativa de transcendência.

Castelos de vento, de Tânia Anaya
Minas Gerais, 1998, animação, 35mm, cor, 8
Uma breve história sobre o poder do vento em apagar linhas, destruir casas e arrastar pessoas. O sopro que cria os homens, unindo-os e separando-os.

TERÇA, 22/07 às 18h00
JORNADA DE CINEMA DA BAHIA PROGRAMA 8

Horizonte vertical, de Lula Oliveira
Bahia, 2004, ficção, 16mm, cor, 13
O momento final de um processo de separação. A partida da mulher é narrada a partir de uma série de situações que vão se sucedendo a cada andar de um prédio. Uma história sobre a frágil natureza humana.

Pobres diabos no paraíso, de Fernando Coimbra
São Paulo, 2005, ficção, 35mm, cor, 23
Uma noite num hotel no centro de São Paulo, uma diva de cinema se encontra com seu amante secreto. Um ex-bancário e uma auxiliar de dentista se entregam a um jogo sexual sem se conhecerem. Uma puta e uma garota lésbica tomam uma cerveja. Um hotel fuleiro e uma noite. Seis personagens e uma chance.

O velho, o mar e o lago, de Camilo Cavalcante
Pernambuco, 2000, ficção, 35mm, pb, 20 I Exibição em DVD
Isolado num farol no meio do nada, Idelfonso atravessa os dias e noites entre pesadelos com a Segunda Guerra, os poemas de Guilherme de Almeida, as plantas do pequeno jardim e a espera pela morte.

TERÇA, 29/07 às 18h00
JORNADA DE CINEMA DA BAHIA PROGRAMA 9

A resistência da lua, de Otávio Bezerra
Rio de Janeiro, 1985, documentário, 35mm, cor, 32
Filme sobre a Cantina da Lua e a importância da cultura negra e a preservação do Patrimônio Histórico do Pelourinho.

Brevíssima história das gentes de santos, de André Klotzel
São Paulo, 1996, fic/doc, 35mm, cor, 14
A partir do nascimento de uma criança, nos dias de hoje, acompanhamos uma bem-humorada crônica histórica de Santos, desde a época de seu fundador, Pascoal Duarte da Costa.
Patativa, de Ítalo Maia

Ceará, 2001, animação, 35mm, cor, 10 I Exibição em DVD
Aspectos da vida e obra de Patativa do Assaré, figura legendária que através de sua obra poética e sua consciência política e social expressa a realidade do sertão nordestino e de nosso país.

28.6.08

PHILIPPE GARREL
01 a 05 de julho de 2008

Filho do ator Maurice Garrel e pai do jovem ator Louis Garrel, o cineasta PHILIPPE GARREL nasceu em Paris, em 1948, e tornou-se mais conhecido pela repercussão de seu filme Os amantes constantes (Les amants réguliers, 2004) sobre maio de 68. Sua última realização, La frontière de laube, participou da competição oficial do Festival de Cannes de 2008. Distante do chamado cinema comercial, Garrel sempre optou pela experimentação, recusando uma linguagem tradicional. Senhor de um discurso pessoal, seus filmes constroem-se de longos planos bastante elaborados, tendo sido agraciado com o prêmio Jean Vigo. A Cinemateca Brasileira exibirá dois de seus filmes inéditos comercialmente: Já não ouço a guitarra (Jentends plus la guitarre, 1991) premiado com o Leão de Prata no Festival de Veneza e O nascimento do amor (La naissance de lamour, 1993).

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)
Estudantes do Ensino Fundamental e Médio de Escolas Públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.

PROGRAMAÇÃO

01.07 I TERÇA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h20 - Já não ouço a guitarra

02.07 I QUARTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h30 - O nascimento do amor

03.07 I QUINTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
21h30 - Já não ouço a guitarra

04.07 I SEXTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
21h10 - O nascimento do amor

05.07 I SÁBADO
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h10 - O nascimento do amor
21h10 - Já não ouço a guitarra

FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES
Já não ouço a guitarra (Jentends plus la guitarre), de Philippe Garrel
França, 1991, 35mm, pb, 98 Legendas em português
Benoit Regent, Johanna Ter Steege, Yan Colette, Mireille Perrier, Brigitte Sy
Filme autobiográfico, dedicado postumamente à cantora e modelo Nico (ex-Velvet Underground), ex-mulher de Garrel e musa dos filmes que o cineasta rodou na década de 1970. De volta à Paris após os incidentes de maio de 68, Gerard passa seus dias fumando haxixe e sonhando com a bela Marianne.

O nascimento do amor (La naissance de lamour), de Philippe Garrel
França/Suíça, 1993, 35mm, pb, 94 Legendas em português
Lou Castel, Jean-Pierre Léaud, Johanna Ter Steege, Dominique Reymond, Marie-Paule Laval
Os dramas existenciais e afetivos dos amigos Paul e Marcus, um ator e o outro escritor, ambos de meia-idade e às voltas com problemas com suas mulheres, revelam o vazio da experiência humana.

ROBERT BRESSON
01 a 06 de julho de 2008

ROBERT BRESSON (1901-1999) é considerado um dos maiores cineastas franceses do século XX. Graduado em artes plásticas e filosofia, Bresson tentou carreira como pintor antes de se converter ao cinema. Seu primeiro filme foi o média metragem Les Affaires publiques (1934). No início da Segunda Guerra Mundial, Robert Bresson foi enviado como prisioneiro de guerra a um campo de concentração alemão, onde ficou preso por mais de um ano. Dois anos depois, deu início à produção de uma série de longas-metragens que evidenciam sua inclinação pela temática religiosa e sua opção por um estilo de cinema avesso a psicologismo e excessos, em que os atores (quase sempre amadores) são "modelos" que servem à escrita da imagem. Robert Bresson é, com frequência, associado ao jansenismo, doutrina criada no século XVII pelo teólogo holandês Cornelius Jansen, que prega um extremo rigor moral. Em 1975, Bresson publicou o clássico Notas Sobre o Cinematógrafo, uma coletânea de anotações e aforismos onde o diretor expõe seus pontos de vista sobre a realização cinematográfica.

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)
Estudantes do Ensino Fundamental e Médio de Escolas Públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.

PROGRAMAÇÃO

01.07 I TERÇA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
21h20 - Mouchette, a virgem possuída

02.07 I QUARTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h00 - O processo de Joana D'arc
21h30 - A grande testemunha

03.07 I QUINTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h00 - O batedor de carteiras
19h40 - Mouchette, a virgem possuída

04.07 I SEXTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h00 - A grande testemunha
19h50 - O processo de Joana D'arc

05.07 I SÁBADO
SALA CINEMATECA PETROBRAS
17h20 - Mouchette, a virgem possuída

06.07 I DOMINGO
SALA CINEMATECA PETROBRAS
16h30 - A grande testemunha
18h30 - O batedor de carteiras
20h30 - O processo de Joana D'arc

FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES

O batedor de carteiras (Pickpocket), de Robert Bresson
França, 1959, 35mm, pb, 75 Legendas em português
Jean Pelegri, Martin Lassale, Pierre Etaix, Pierre Lemarie
Baseado em Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski, o filme é considerado um dos mais importantes da história do cinema. Bresson revela o cotidiano e as fixações de um jovem batedor de carteiras que encontra nesta atividade criminosa uma verdadeira forma de expressão.

A grande testemunha (Au hasard Balthazar), de Robert Bresson
França, 1966, 35mm, pb, 90 Legendas em português
Anne Wiazemsky, F. Lafarge, P. Klossowski, Walter Green
A triste trajetória do jumento Balthazar, desde sua infância idílica, cercado por crianças que o adoravam, até a idade adulta, quando é tiranizado e tratado como animal de carga. Balthazar só vai encontrar um pouco de paz no dia em que um velho moleiro passa a acreditar ser o burro a reincarnação de um santo.

Mouchette, a virgem possuída (Mouchette), de Robert Bresson
França, 1967, 35mm, pb, 87 Legendas em português
J.C. Guilbert, Maria Cardinal, Nadine Nortier, Paul Hebert.
História de uma menina do campo violentada por um caçador é o ponto de partida para o diretor colocar em evidência, de maneira implacável, a miséria e a crueldade humanas. Escolhi [filmar] La nouvelle histoire de Mouchette porque não encontrei no livro nem psicologia, nem análise, disse certa vez Robert Bresson.

O processo de Joana d'Arc (Le procès de Jeanne d'Arc), de Robert Bresson
França, 1962, 35mm, pb, 65 Legendas em português
Florence Delay, Jean-Claude Fourneau, Roger Honorat, Marc Jacquier
Bresson reconstitui, com seu rigor característico, a prisão, o julgamento e a execução de Joana DLArc, baseando-se exclusivamente em documentos históricos. Ao lado de A Paixão de Joana DLArc, de Dreyer, esta é a mais genial e fascinante versão cinematográfica do martírio dessa importante figura da história da humanidade

18.6.08

5 VEZES GLAUBER - CINEMATECA

5 VEZES GLAUBER
20 a 22 de junho de 2008

Trinta e cinco anos depois do incêndio que destruiu seus negativos, o longa-metragem O dragão da maldade contra o santo guerreiro, de Glauber Rocha, retorna aos cinemas brasileiros em cópia restaurada. Com o filme, Glauber recebeu, em 1969, o prêmio de Melhor direção no 21º Festival de Cannes. A repercussão foi tanta que, na época, o filme ilustrou a primeira capa colorida da cultuada revista francesa Cahiers du cinéma. Considerado o maior sucesso de público da carreira do cineasta baiano, o filme conquistou grandes admiradores, entre eles o cineasta norte-americano Martin Scorsese.

Para comemorar o retorno do clássico às telas, a Cinemateca Brasileira exibe, além de O dragão da maldade, mais quatro filmes do cineasta também em cópias restauradas: Barravento, Deus e o diabo na terra do sol, Terra em transe e A Idade da Terra.
A restauração digital dos filmes foi realizada pelos Estúdios Mega, pela JLS Facilidades Sonoras com Cooperação Técnica da Cinemateca Brasileira. O projeto foi patrocinado pela Petrobras através da Lei Rouanet e realizado pelo Tempo Glauber e Paloma Cinematográfica.

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
www.cinemateca.gov.br
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)
Atenção: Estudantes do Ensino Fundamental e Médio de Escolas Públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.

PROGRAMAÇÃO

20.06 I SEXTA
Sala Cinemateca BNDES
22h00
Barravento

21.06 I SÁBADO
Sala Cinemateca BNDES
18h00
Deus e o diabo na terra do sol
20h20
O dragão da maldade contra o santo guerreiro

22.06 I DOMINGO
Sala Cinemateca BNDES
18h00
Terra em transe
20h10
A Idade da Terra

FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES

Barravento, de Glauber Rocha
Salvador, 1961, 35mm, pb, 80’ I Exibição em HD Cam I Sessão gratuita
Luiza Maranhão, Antônio Pitanga, Aldo Teixeira, Lídio Silva
Um grupo de pescadores de xaréu, cujos antepassados vieram da África como escravos, mantém antigos cultos místicos ligados ao candomblé. A chegada de Firmino, antigo morador que se mudou para Salvador fugindo da pobreza, altera o panorama pacato do local.
Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha
Rio de Janeiro, 1964, 35mm, pb, 125’ I Exibição em HD Cam
Geraldo d'el Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle
Depois de matar o patrão, o vaqueiro Manuel e sua mulher Rosa vagam pelo sertão. Encontram um deus negro, um diabo loiro e o temível Antônio das Mortes.

O dragão da maldade contra o santo guerreiro, de Glauber Rocha
Rio de Janeiro, 1969, 35mm, cor, 95’ I Exibição em HD Cam
Othon Bastos, Mauricio do Valle, Odete Lara, Jofre Soares
Antônio das Mortes, personagem de Deus e o diabo na terra do sol, é contratado por um coronel para exterminar um bando de cangaceiros.

A Idade da Terra, de Glauber Rocha
Rio de Janeiro, 1978-1980, 35mm, cor, 134’ I Exibição em HD Cam
Maurício do Valle, Jece Valadão, Norma Bengell, Ana Maria Magalhães
Com passagens abertamente didáticas e panfletárias, o filme traz à tela personagens arquetípicas de um comportamento ou de uma situação política: um pescador marginal místico, um profeta negro, o conquistador português, o subversivo de classe média, as forças imperialistas, as nações indígenas, etc.

Terra em transe, de Glauber Rocha
Rio de Janeiro, 1967, 35mm, pb, 105’ Exibição em 35mm
Jardel Filho, Glauce Rocha, Paulo Autran, José Lewgoy
Em Eldorado, o poeta e jornalista Paulo Martins, à beira da morte, rememora sua participação em lutas políticas. Dividido entre dois aspirantes ao poder e manipulado pela multinacional Explint, ele agoniza, sem conseguir solucionar as contradições de Eldorado e as suas, ao tentar equacionar de forma conseqüente poesia e política.

SOBRE O RESTAURO

Destruídos em um incêndio no Laboratório GTC em Paris, em 25 de junho de 1973, os negativos de O dragão da maldade contra o santo guerreiro tiveram restauro digital de imagem realizado a partir de uma cópia com versão sonora francesa. O trabalho foi feito no Laboratório Prestech, na Inglaterra, com curadoria de João Sócrates Oliveira e supervisão de fotografia de Affonso Beato. Por este motivo, as cenas das canções que não foram dubladas, contêm legendas em francês. Na reconstrução da versão sonora em português feita na Cinemateca Brasileira e no Estúdio JLS, sob curadoria de José Luiz Sasso, foram utilizadas cópias de diferentes suportes. Os créditos da equipe técnica e do elenco passam, desta forma, a ocupar os letreiros finais do filme, devidamente traduzidos e corrigidos. Pelo valor documental, a curadoria decidiu preservar o texto introdutório do filme existente na versão francesa, que serviu de base para a restauração, traduzindo na íntegra, o seu conteúdo.

11.6.08

CURTA CINEMATECA

CURTA CINEMATECA
03 a 28 de junho de 2008

A Cinemateca Brasileira, desde 2004, mantém um espaço de exibição permanente para o curta-metragem brasileiro em sessões gratuitas todas as terças-feiras, às 18h00, com reapresentações aos sábados, às 16h00.

Nos meses de junho e julho, o CURTA CINEMATECA retoma a série O melhor dos festivais, exibindo curtas e médias-metragens que conquistaram o prêmio de melhor filme segundo os júris oficial, popular e de crítica, nos festivais brasileiros de cinema ainda em atividade. Dando continuidade a esta programação, apresentamos agora filmes premiados na tradicional Jornada de Cinema da Bahia que este ano realizará sua 35ª edição. Não perca a chance de assistir!

ENTRADA FRANCA
CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
www.cinemateca.gov.br

PROGRAMAÇÃO
TERÇA, 03/06 às 18h00 (Sala Cinemateca Petrobras) / SÁBADO, 07/06 às 16h00 (Sala Cinemateca BNDES)
Desafio no inferno verde – a ferrovia do diabo, de Beto Bertagna
Rondônia, 1997, vídeo digital, cor, 25’ I Exibição em DVD
Documentário sobre a construção da Estrada de Ferro Madeira-Marmoré no final do século XIX, local onde morreram milhares de trabalhadores vindos de várias partes do mundo.
Rosa de sangue, de Melina Hickson
Pernambuco, 1998, vídeo digital, cor, 18’ I Exibição em DVD
A história da Gravadora Rozenblit, localizada em Recife, entre as décadas de 1950 e 1980. A Rozenblit foi responsável pelos grandes lançamentos da música pernambucana. Parte do seu acervo, no entanto, foi destruído pelas cheias do Rio Capibaribe, que corta a cidade.
Hambre, hombre, de Camilo Cavalcante
Pernambuco, 1998, vídeo digital, cor, 18’ I Exibição em DVD
Um infinito tiroteio de imagens e palavras sobre um homem perdido pelas ruas de Havana. Inspirado em Memórias do subdesenvolvimento, de Tomás Gutiérrez Alea.

TERÇA, 10/06 às 18h00 / SÁBADO, 14/06 às 16h00 (Sala Cinemateca Petrobras)
Erehé Krenak, de Nívea Dias e Alessandro Carvalho
Minas Gerais, 1999, vídeo digital, cor, 22’ I Exibição em DVD
Animação infantil sobre a trajetória da nação indígena Krenak. Uma história cheia de mágica, surpresas, aventura e ação.
Histórias de Avá, de Bernardo Palmeira
Rio de Janeiro, 1998, 35mm, cor, 19’
Documentário sobre a tribo Avá-Canoeiro, ameaçada de extinção, e o esforço para a preservação de sua cultura.
À margem da imagem, de Evaldo Mocarzel
São Paulo, 2002, 35mm, cor, 15’
A rotina de sobrevivência, a cultura e o cotidiano dos moradores de rua do município de São Paulo.

TERÇA, 17/06 às 18h00 / SÁBADO, 21/06 às 16h00 (Sala Cinemateca Petrobras)
Batatinha e o samba oculto da Bahia, de Pedro Abib
Bahia, 2007, vídeo digital, cor, 48’ I Exibição em DVD
A vida do sambista baiano Oscar da Penha – o Batatinha – autor de composições comparáveis a dos grandes mestres do samba do Brasil. Depoimentos de Paulinho da Viola, Maria Bethânia, Riachão, entre outros.
Casamento quilombola, de Marcelo Domingues
São Paulo, 2002, vídeo digital, cor, 6’ I Exibição em DVD
Vale do Ribeira. Interior da Mata Atlântica. A comunidade quilombola de Bombas está em festa, a filha do "Seu" Catarino se casou.
Com passos de moendas, de Elisa Maria Cabral
Paraíba, 2002, vídeo digital, cor, 6’ I Exibição em DVD
A cadência rítmica dos trabalhos de antigos engenhos.

TERÇA, 24/06 às 18h00 / SÁBADO, 28/06 às 16h00 (Sala Cinemateca Petrobras)
Luiz Gonzaga, a luz dos sertões, de Rose Maria
Pernambuco, 1999, vídeo digital, cor, 37’ I Exibição em DVD
A vida e a obra do Rei do Baião, com locações no sertão de Pernambuco, Ceará, São Paulo e Rio de janeiro.
Leviatã, de Camilo Cavalcante
Pernambuco, 1999, vídeo digital, cor/pb, 20’ I Exibição em DVD
Um retirante nordestino em São Paulo. Alguém que só queria ver o céu. Um homem que foi engolido pela cidade. Um poeta esmagado pela rotina medíocre.

CINEBECOS APRESENTA

CINEBECOS APRESENTA
Dia 29/06 - 19h

nome: FREESTYLE: UM ESTILO DE VIDA

Direção: Pedro Gomes
sinopse: O freestyle (rima de improviso) como forma de manisfestação artística do jovens que usam a cultura hip-hop em busca de um pertencimento e uma melhoria de suas condições sociais.

elenco: Marechal, Criolo Doido, Dj DanDan, Emicida, Kljay, Kamau, Slim Rimografia, Dj Primo, Max B.O, Dj Babão e grande elenco.Bate papo com o diretor

Prá vc saber mais, link do promo no youtube: http://br.youtube.com/watch?v=vZAqjLwRTpU
homepage: http://www.myspace.com/umestilodevida

Sessão infantil - ás 17h

nome : KIRIKOU 2
Direção: Bénédicte Galup, Michel Ocelot

Na África Ocidental, nasce um menino minúsculo, cujo tamanho não alcança nem o joelho de um adulto. Mas ele tem um destino: enfrentar a poderosa e malvada feiticeira Karabá, que secou a fonte d'água da aldeia de Kiriku, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda pegou todo o ouro que tinham. Para isso, Kiriku enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares onde somente pessoas pequeninas poderiam entrar.GRÁTISCasa de Cultura de M Boi Mirim - Av. Inácio Dias da Silva, S/N - fone 7620 6233 - www.becosevielaszs.blogspot.com