18.6.08

5 VEZES GLAUBER - CINEMATECA

5 VEZES GLAUBER
20 a 22 de junho de 2008

Trinta e cinco anos depois do incêndio que destruiu seus negativos, o longa-metragem O dragão da maldade contra o santo guerreiro, de Glauber Rocha, retorna aos cinemas brasileiros em cópia restaurada. Com o filme, Glauber recebeu, em 1969, o prêmio de Melhor direção no 21º Festival de Cannes. A repercussão foi tanta que, na época, o filme ilustrou a primeira capa colorida da cultuada revista francesa Cahiers du cinéma. Considerado o maior sucesso de público da carreira do cineasta baiano, o filme conquistou grandes admiradores, entre eles o cineasta norte-americano Martin Scorsese.

Para comemorar o retorno do clássico às telas, a Cinemateca Brasileira exibe, além de O dragão da maldade, mais quatro filmes do cineasta também em cópias restauradas: Barravento, Deus e o diabo na terra do sol, Terra em transe e A Idade da Terra.
A restauração digital dos filmes foi realizada pelos Estúdios Mega, pela JLS Facilidades Sonoras com Cooperação Técnica da Cinemateca Brasileira. O projeto foi patrocinado pela Petrobras através da Lei Rouanet e realizado pelo Tempo Glauber e Paloma Cinematográfica.

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
www.cinemateca.gov.br
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)
Atenção: Estudantes do Ensino Fundamental e Médio de Escolas Públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.

PROGRAMAÇÃO

20.06 I SEXTA
Sala Cinemateca BNDES
22h00
Barravento

21.06 I SÁBADO
Sala Cinemateca BNDES
18h00
Deus e o diabo na terra do sol
20h20
O dragão da maldade contra o santo guerreiro

22.06 I DOMINGO
Sala Cinemateca BNDES
18h00
Terra em transe
20h10
A Idade da Terra

FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES

Barravento, de Glauber Rocha
Salvador, 1961, 35mm, pb, 80’ I Exibição em HD Cam I Sessão gratuita
Luiza Maranhão, Antônio Pitanga, Aldo Teixeira, Lídio Silva
Um grupo de pescadores de xaréu, cujos antepassados vieram da África como escravos, mantém antigos cultos místicos ligados ao candomblé. A chegada de Firmino, antigo morador que se mudou para Salvador fugindo da pobreza, altera o panorama pacato do local.
Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha
Rio de Janeiro, 1964, 35mm, pb, 125’ I Exibição em HD Cam
Geraldo d'el Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle
Depois de matar o patrão, o vaqueiro Manuel e sua mulher Rosa vagam pelo sertão. Encontram um deus negro, um diabo loiro e o temível Antônio das Mortes.

O dragão da maldade contra o santo guerreiro, de Glauber Rocha
Rio de Janeiro, 1969, 35mm, cor, 95’ I Exibição em HD Cam
Othon Bastos, Mauricio do Valle, Odete Lara, Jofre Soares
Antônio das Mortes, personagem de Deus e o diabo na terra do sol, é contratado por um coronel para exterminar um bando de cangaceiros.

A Idade da Terra, de Glauber Rocha
Rio de Janeiro, 1978-1980, 35mm, cor, 134’ I Exibição em HD Cam
Maurício do Valle, Jece Valadão, Norma Bengell, Ana Maria Magalhães
Com passagens abertamente didáticas e panfletárias, o filme traz à tela personagens arquetípicas de um comportamento ou de uma situação política: um pescador marginal místico, um profeta negro, o conquistador português, o subversivo de classe média, as forças imperialistas, as nações indígenas, etc.

Terra em transe, de Glauber Rocha
Rio de Janeiro, 1967, 35mm, pb, 105’ Exibição em 35mm
Jardel Filho, Glauce Rocha, Paulo Autran, José Lewgoy
Em Eldorado, o poeta e jornalista Paulo Martins, à beira da morte, rememora sua participação em lutas políticas. Dividido entre dois aspirantes ao poder e manipulado pela multinacional Explint, ele agoniza, sem conseguir solucionar as contradições de Eldorado e as suas, ao tentar equacionar de forma conseqüente poesia e política.

SOBRE O RESTAURO

Destruídos em um incêndio no Laboratório GTC em Paris, em 25 de junho de 1973, os negativos de O dragão da maldade contra o santo guerreiro tiveram restauro digital de imagem realizado a partir de uma cópia com versão sonora francesa. O trabalho foi feito no Laboratório Prestech, na Inglaterra, com curadoria de João Sócrates Oliveira e supervisão de fotografia de Affonso Beato. Por este motivo, as cenas das canções que não foram dubladas, contêm legendas em francês. Na reconstrução da versão sonora em português feita na Cinemateca Brasileira e no Estúdio JLS, sob curadoria de José Luiz Sasso, foram utilizadas cópias de diferentes suportes. Os créditos da equipe técnica e do elenco passam, desta forma, a ocupar os letreiros finais do filme, devidamente traduzidos e corrigidos. Pelo valor documental, a curadoria decidiu preservar o texto introdutório do filme existente na versão francesa, que serviu de base para a restauração, traduzindo na íntegra, o seu conteúdo.